O livro fala de memórias. Daquelas que fazem de nós aquilo que somos, que nos moldam, que nos aprisionam e que para o bem e para o mal são o nosso mundo e a nossa vida. Nele, o que sobressai é, sem dúvida, o estilo da escrita. Aparentemente simples, no entanto, intenso, com momentos hilariantes e outros de profundo pesar, embora estes últimos surjam disfarçados de fina ironia.
É, sem sombra de dúvida, um espaço de ficção onde cada leitor vai por certo encontrar um ou outro momento que por si poderia ter sido vivido. Não há uma tese, mas a existir seria de como as ideias, ou as ideologias, se cruzam, se misturam, se confundem e nos confundem. Com a sua leitura a mente do leitor ficará certamente repleta de imagens memoráveis: uma revolução e mais outra, um seminário, muita propaganda (agitprop) e cerveja, uma mãe lutadora e sofredora, um superpai paciente, uma caçada ao javali, mais prisões, uma escola de pioneiros e de como aprenderam a redigir e outras brincadeiras de crianças, estas últimas dos escuteiros mirins. Os acontecimentos sucedem-se em cascata, mas d
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Editorial: Fundación Vicente Risco