O estereótipo antigalego na literatura enpanhola do século XVIII.
Se a finais da Idade Media a própria Galiza, a sua povoação e ainda a sua língua encarnavam no ideário castelhano a imagem demonizada duma terra incógnita, bárbara e politicamente adversa, desde meados do século XVI os movimentos migratórios, desde a Galiza até às povoações da meseta castelhana, acabariam por mudar essa perceção coletiva. As condições precárias de boa parte da diáspora galega em Castela, assim como a crescente xenofobia resultante da tensão intergrupal, acabaram intensificando a marginalidade da imagem da Galiza no século XVII. Após este novo contexto, boa parte dos atributos negativos herdados de séculos anteriores radicalizaram-se enquanto outros novos abriam caminho: os galegos e as galegas deixaram de ser vistos como rebeldes para se tornarem um paradigma de lacaios, estalajadeiras e aguadeiros do imaginário castelhano. Seguidamente a demonização deviria na ridicularização e, portanto, o ódio em paródia. em jogo.”
Alexandre Peres Vigo. Licenciado em Humanidades e doutor pela Universidade da Corunha com a tese O estereotipo antigalego na literatura española moderna: xénese, desenvolvemento e consolidación. É autor de numerosas publicações académicas e jornalísticas focadas no estereotipo antigalego, na sociolinguística galega, bem como em diferentes aspetos historicoculturais relativos ao reino da Galiza. Exerceu como docente no ensino secundário e bacharelato durante mais de dez anos. Atualmente é professor da Área de Filologias Galega e Portuguesa da Universidade da Corunha e é membro do Grupo de Investigación Lingüística e Literaria Galega (ILLA) da mesma universidade.
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Editorial: Através 08-2023
Idioma: Galego